Faixas Vivas é uma iniciativa inovadora, orientada pela investigação científica mais recente, que comprova a eficácia desta abordagem. Nesta página, disponibilizamos uma selecção de artigos científicos que sustentam e fundamentam o nosso trabalho.
Contexto Científico
Este estudo feito em Espanha revela que a severidade extrema dos incêndios aumentou nas últimas décadas, especialmente no verão e em matos, mosaicos vegetais e florestas de coníferas. No entanto, as florestas de folhosas mostram maior resiliência ao fogo, com menor severidade e sem tendência de aumento. Fatores climáticos e topográficos influenciam esta severidade, reforçando a necessidade de uma gestão estratégica das paisagens para enfrentar os riscos crescentes com as alterações climáticas.
Alvarez, A., Lecina-Diaz, J., Batllori, E., Duane, A., Brotons, L., & Retana, J. (2024). Spatiotemporal patterns and drivers of extreme fire severity in Spain for the period 1985–2018. Agricultural and Forest Meteorology, 358, 110185.
O relatório da WWF e ANP de 2024 destaca o aumento de incêndios em Portugal devido às alterações climáticas, especialmente em áreas mais vulneráveis. Apela à necessidade de medidas urgentes para a gestão de combustíveis e florestas, priorizando uma abordagem preventiva e integrada que valorize a biodiversidade. Sugere o uso de práticas de conservação, como faixas de vegetação nativa, e a promoção de florestas resilientes ao fogo, com foco em folhosas.
Biblioteca. (n.d.). Retrieved November 10, 2024, from https://www.natureza-portugal.org/conteudos2/biblioteca_/
As alterações climáticas estão a intensificar a frequência e a gravidade dos incêndios florestais catastróficos nas regiões mediterrânicas, não só devido ao aumento das temperaturas, mas também às secas prolongadas, ao despovoamento rural e ao abandono das terras. Um estudo realizado no Grande Vale do Côa, em Portugal, salienta que a gestão holística da paisagem, tendo como pedra angular o rewilding, é uma estratégia eficaz para mitigar os riscos de incêndios florestais. O rewilding é um conceito de renaturalização da paisagem que, de grosso modo, consiste numa gestão dos espaços naturais abandonados pelo Homem por parte de espécies-chave de animais.
As principais conclusões do recente estudo incidem sobre as seguintes temáticas:
Rewilding e pastoreio: A reintrodução de herbívoros de vida livre, como cavalos e tauros, pode reduzir a vegetação inflamável, ao contrário do pastoreio convencional, que muitas vezes visa a vegetação verde em vez de material lenhoso e propenso a incêndios.
Causas humanas: 89% dos incêndios no Grande Vale do Côa são originados pela atividade humana, principalmente por negligência, como a queima não supervisionada de pastagens ou a queima não autorizada de resíduos de culturas.
Áreas Protegidas e Vigilância: A probabilidade de incêndio é menor nas áreas protegidas devido ao acesso reduzido, à melhor gestão do território e à vigilância dos guardas florestais.
Abordagem holística: A combinação do rewilding com medidas socioeconómicas - educação, sensibilização do público e revitalização económica das zonas rurais - pode criar paisagens mais resistentes ao fogo, ao mesmo tempo que promove a biodiversidade e a recuperação dos ecossistemas.
O estudo sublinha a necessidade de soluções integradas e baseadas na natureza para enfrentar os riscos crescentes de incêndios florestais face às alterações climáticas em curso.
Kirkland, M., Atkinson, P. W., Aliácar, S., Saavedra, D., De Jong, M. C., Dowling, T. P. F., & Ashton-Butt, A. (2024). Protected areas, drought, and grazing regimes influence fire occurrence in a fire-prone Mediterranean region. Fire Ecology, 20(1), 88. https://doi.org/10.1186/s42408-024-00320-9
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